Como Psicopedagogo, tenho
observado a forma como alguns pais chegam ao consultório trazendo medos e
exigências que os impedem de transmitir a segurança necessária a seus filhos.
Muitos, acredito, precisariam de uma terapia para poder entender e acompanhar
seus pequenos sem causar, para ambas as partes, tanto estresse.
Algumas vezes comprovo
que o problema em casa não parte dos filhos e sim, do comportamento inadequado e
até exagerado de alguns pais, quando querem que seu filho seja sempre o melhor
da turma, que tire sempre as melhores notas, que tenha a melhor caligrafia, que
seja o primeiro a ser convidado para participar de eventos da escola, tudo isso
vai lhe transformar num pai ou numa mãe frustrada, porque a perfeição não
existe no nosso mundo. Conhecer seu filho, entendê-lo e saber suas limitações é
imprescindível para educá-lo com maestria.
Lembro-me de uma
estória sobre uma criança com idade de cinco anos, que o pai, preocupado, levou
até um consultório psicopedagógico porque até então, seu filho não sabia ler e
a resposta da psicopedagoga foi categórica:
“-O senhor está
preocupado por que? Tem um emprego para seu filho e ele precisa assinar a
carteira de trabalho?”
É preciso respeitar as
fases e os limites de cada criança. Porque Mariazinha chegou ao primeiro ano já
sabendo ler alguma frase, não é certo que Joãozinho vai chegar lendo alguma
palavra. Vai depender de muitos fatores e precisamos ter sensibilidade para
entender e aceitar as respostas que a vida nos presenteia. Entretanto, eu
costumo dizer que tanto Mariazinha como Joãozinho irão chegar à universidade.
Talvez um chegue primeiro do que o outro, mas os dois chegarão. Pensando dessa
forma, lembrei-me de um título de um livro de Barry Stevens que diz: “Não apresse
o rio, ele corre sozinho”.
Não estou querendo
dizer com isso, que precisamos deixar os estudos do nosso filho correr a
revelia. Não é isso. Porém, precisamos ter paciência, sentarmos com eles para
ajudar na lição de casa, acompanharmos sua agenda, aplaudir quando receber uma
nota acima da média e incentivá-los a melhorar quando receber outra abaixa da
média. É ganhando e passando confiança aos filhos, que iremos educar nossos
meninos e meninas para a vida.
Pp. Hebert
Ezequiel