segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Com relação ao tempo que a mãe passa longe do filho, Winnicott escreve:

“Talvez valha a pena tentar formular isso de maneira a que se conceda ao fator temporal o devido peso. O sentimento de que a mãe existe dura x minutos. Se a mãe ficar distante mais do que x minutos, então a imago se esmaece e, juntamente com ela, cessa a capacidade do bebê utilizar o símbolo da união. O bebê fica aflito, mas essa aflição é logo corrigida, pois a mãe retorna em x + y minutos. Em x + Y minutos, o bebê não se alterou. Em x + y + z minutos, o bebê ficou traumatizado. Em x + y + z minutos, o retorno da mãe não corrige o estado alterado do bebê. O trauma implica que o bebê experimentou uma ruptura na continuidade da vida, de modo que defesas primitivas agora se organizaram contra a repetição da ‘ansiedade de impensável’ ou contra o retorno do agudo estado confusional próprio da desintegração da estrutura nascente do ego.” (WINNICOTT, O brincar & a realidade. Imago Editora LTDA, 1975 p. 135-136).



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