“Talvez
valha a pena tentar formular isso de maneira a que se conceda ao fator temporal
o devido peso. O sentimento de que a mãe existe dura x minutos. Se a mãe ficar
distante mais do que x minutos, então a imago
se esmaece e, juntamente com ela, cessa a capacidade do bebê utilizar o símbolo
da união. O bebê fica aflito, mas essa aflição é logo corrigida, pois a mãe
retorna em x + y minutos. Em x + Y minutos, o bebê não se alterou. Em x + y + z
minutos, o bebê ficou traumatizado. Em x + y + z minutos, o retorno da mãe não
corrige o estado alterado do bebê. O trauma implica que o bebê experimentou uma
ruptura na continuidade da vida, de modo que defesas primitivas agora se
organizaram contra a repetição da ‘ansiedade de impensável’ ou contra o retorno
do agudo estado confusional próprio da desintegração da estrutura nascente do
ego.” (WINNICOTT, O brincar & a realidade. Imago Editora LTDA, 1975 p.
135-136).
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